Jovens representam maior risco para violência no trânsito

21/09/2013 17:55

Aurinez Rospide Schmitz e Flavio Pechansky lembram que os motoristas reincidentes representam um problema grave de saúde pública, mas os jovens bebedores ocasionais são mais perigosos no trânsito. Eles praticam o chamado binge drinking, como é conhecido o costume de tomar altas quantidades de álcool em pouco tempo nos Estados Unidos.

O problema é que, diferentemente dos dependentes de álcool, que são mais velhos, os jovens têm ainda mais dificuldade em estipular um limite para a bebedeira e sua experiência de trânsito é menor. Por isso, os adeptos do binge drinking levam mais perigo às ruas e às estradas do que os alcoolistas veteranos.

— O problema mais frequente entre os motoristas que bebem não é o alcoolismo e sim a violência e os acidentes de trânsito. O bebedor episódico, por exemplo, é o que causa mais acidentes — afirma o médico especialista em dependência química Sérgio de Paula Ramos.

Foi devido ao número expressivo de acidentes à noite e durante a madrugada envolvendo jovens e relacionados ao consumo de álcool que o Detran criou a operação Balada Segura. Por meio da operação, Detran, Brigada Militar, órgãos municipais de trânsito e outras entidades realizam blitze para retirar das ruas os condutores embriagados.

Ao se comparar os verões de 2012 e 2013, fica evidente o recrudescimento das blitze no Rio Grande do Sul. Em janeiro e fevereiro de 2012, 6.320 veículos foram parados. Este ano, esse número passou para 10.979 no mesmo período, um aumento de 73,7%.

ENTENDA:

Quando é dependência


A medicina trabalha com critérios para diagnosticar casos de dependência de qualquer tipo de droga

— Essa inovação no diagnóstico ocorreu na década de 1980 e pode ser aplicada em qualquer indivíduo. Alguns desses critérios são:

— Perda de controle: desejo incontrolável de consumo.

— Tolerância: necessidade de consumir doses maiores para obter o mesmo efeito de quando se bebia doses menores.

— Síndrome de abstinência: surgimento de sintomas físicos e psíquicos quando o consumo é reduzido ou interrompido.

— Tentativa de evitar a síndrome de abstinência: busca pela bebida para não sentir os sintomas da abstinência.

Consumo de baixo risco

— Consumo de baixo risco é aquele cuja ingestão de determinadas quantidades de álcool que não causa dependência. Para os homens, essa quantidade significa 14 doses por semana e não mais que quatro doses por ocasião. Já para as mulheres, 12 doses por semana e apenas duas por evento. Uma dose corresponde a 10 gramas de álcool, o equivalente a uma latinha de cerveja ou uma taça de vinho bem servida.

Fonte: Zero Hora e Portal do Trânsito